Nove pessoas foram presas nesta quinta-feira (13), pela Polícia Federal (PF), acusadas de participação no esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas da Previdência Social. As prisões se deram em nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Um dos detidos é o ex-presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) Alessandro Stefanutto, que pediu demissão do cargo em abril, logo após a Operação Sem Desconto revelar as fraudes contra aposentados e pensionistas. Ele assumiu o INSS em julho de 2023, na atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Outro alvo da ofensiva da PF foi o ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho. Ele se apresentou na Superintendência da Polícia Federal nesta quinta, em Curitiba, e foi preso. A esposa dele, Thaisa Hoffmann, também foi presa.
Virgílio ocupou a Procuradoria-Geral do INSS até abril de 2025, quando foi afastado por determinação da Justiça Federal no mesmo dia em que a PF deflagrou a primeira fase da operação Sem Desconto. Segundo as investigações, o ex-procurador recebeu R$ 11,9 milhões de empresas relacionadas às associações investigadas por descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Outro detido nesta quinta-feira foi o empresário Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS“, apontado como figura central no esquema de desvios. Ele já havia sido preso em 12 de setembro em outra fase da Operação Sem Desconto.
Os policiais federais e auditores da CGU continuam em diligência para cumprir ao todo 63 mandados de busca e apreensão, e efetuar um último mandado de prisão preventiva e outras medidas cautelares em 15 unidades da federação.
Investigado por permitir desvios durante sua gestão, ele assumiu o INSS em julho de 2023, na atual gestão de Lula. Ele pediu demissão no final de abril deste ano, após ordem do presidente. Procurada, a defesa de Stefanutto ainda não se manifestou.
Desde o início do ano, a PF e a CGU apuram um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. O valor estimado em cobranças irregulares pode chegar a R$ 8 bilhões, segundo auditoria da CGU.
Stefanutto foi nomeado para o cargo no dia 11 de julho de 2023 pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. À época da nomeação, Lupi não economizou nos elogios ao escolhido e chegou a dizer que ele não “se deixa dobrar por interesses menores”. Antes da presidência do INSS, ele esteve à frente da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS de 2011 a 2017.
Ele estava no INSS desde 2000, quando foi aprovado para atuar em São Paulo. Entre 2006 e 2009, liderou a Coordenação Geral de Administração das Procuradorias do INSS, sendo responsável pela gestão de 91 Procuradorias Seccionais e 5 Procuradorias Regionais, além de coordenar a implantação do sistema Sistema Integrado de Controle das Ações da União (Sicau).
Entre 2011 e 2017, ocupou o cargo de procurador-geral do INSS, sendo o principal responsável pela defesa judicial da Previdência Social. Em março de 2023, retornou ao INSS como diretor de Orçamento, Finanças e Logística, cargo que antecedeu sua nomeação como Presidente da autarquia em julho de 2023.
Fonte: RICTV
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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