Foto: Reprodução/Instagram

A influenciadora Bruna Biancardi explicou que usou máscara durante o jogo da NFL, que aconteceu na sexta-feira (5), em São Paulo, devido a uma complicação de pele. Ela afirma ter desenvolvido celulite facial após espremer uma espinha.

“Tudo começou com uma simples espinha que quis espremer. Infeccionou, inchou muito e virou uma celulite facial”, explicou.

Bruna mostrou fotos da evolução do inchaço em seus lábios e disse que decidiu usar a máscara apenas por estética: “Não queria sair nas fotos parecendo que tinha sido picada por uma abelha. Não é viral, não é transmissível”.

O que é a celulite facial?

Dermatologista pós-graduada pelo Hospital Albert Einstein em Laser, Cosmiatria e Procedimentos Estéticos, Sarah Thé Coelho explica que a celulite facial é uma infecção bacteriana aguda que atinge a pele e o tecido subcutâneo do rosto.

“É um quadro médico sério, que exige tratamento imediato”, afirma a médica.

Apesar do mesmo nome, não tem relação com a celulite estética — os furinhos que aparecem em coxas e glúteos. “Na estética, trata-se de uma alteração da gordura até a pele, sem infecção. São condições totalmente diferentes”, reforça a especialista.

Celulite facial (ou infecciosa): é uma infecção bacteriana aguda da pele e do tecido subcutâneo, que pode evoluir rapidamente e exige tratamento imediato com antibióticos.

Celulite estética: é a alteração que causa o aspecto de “casca de laranja” em coxas e glúteos. Não é inflamação nem infecção, mas uma modificação estrutural da gordura e da pele.

Por que espremer espinhas aumenta o risco

A manipulação inadequada de espinhas é a principal porta de entrada para bactérias que já vivem na pele.

“Quando esprememos, abrimos caminho para esses microrganismos penetrarem em camadas mais profundas. O ato de apertar ainda pode espalhar o conteúdo da espinha para tecidos vizinhos, favorecendo a inflamação e a infecção”, explica a médica.

Além disso, a prática pode retardar a cicatrização e aumentar o risco de cicatrizes permanentes.

Quais são os sintomas?

⚠️ Os sinais que merecem atenção incluem vermelhidão, inchaço, dor local e sensação de calor na região. Em casos mais avançados, podem surgir febre, calafrios e mal-estar geral.

“A evolução pode ser rápida. Se houver qualquer um desses sintomas, a recomendação é procurar atendimento médico sem demora”, orienta a dermatologista.

👃👄👀 Zona de risco

Segundo a médica, existe uma área na face conhecida como “triângulo de risco”, que vai do canto da boca até a ponte do nariz, abrangendo também a região ao redor dos olhos.

“Nessa região, a circulação venosa se comunica com vasos intracranianos. Isso significa que uma infecção mal controlada pode se propagar para dentro do crânio, aumentando o risco de complicações sérias, como trombose de seio cavernoso e até meningite”, explica Coelho.

Quais complicações podem surgir

Se não tratada a tempo, a celulite facial pode causar:

formação de abscessos,

necrose da pele,

comprometimento de nervos faciais,

dificuldade para abrir a boca,

infecção nos olhos,

disseminação pela corrente sanguínea (septicemia).

“Essas complicações são graves e reforçam a importância do diagnóstico e tratamento precoce”, alerta a dermatologista.

Quem tem mais risco de desenvolver a infecção

Algumas condições aumentam a probabilidade de celulite facial:

manipulação frequente de espinhas,

higiene inadequada da pele,

imunidade comprometida (como em pessoas com diabetes, HIV ou em uso de corticoides),

doenças dermatológicas que fragilizam a barreira cutânea.

Como é o tratamento

O tratamento é feito com antibióticos direcionados para as bactérias mais comuns da pele. Em casos mais leves, pode ser oral --quando a gravidade aumenta, a recomendação é medicação intravenosa, em ambiente hospitalar.

Além disso, analgésicos, anti-inflamatórios e medidas de suporte podem ser indicados.

“O fundamental é começar cedo: isso acelera a recuperação e previne complicações”, diz a médica.

Como prevenir

A principal medida preventiva é evitar espremer espinhas.

“Manter a pele limpa, usar produtos adequados e tratar a acne com acompanhamento de um dermatologista são as formas mais eficazes de prevenção”, afirma Coelho.

Fonte - G1