Incêndio, queda de 45 metros e 8 mortos: o que aconteceu nos 4 minutos entre a decolagem e a tragédia do balão em SC

Foto: Mateus Castro/NSC TV

O voo do balão que incendiou e despencou com 21 pessoas a bordo em Praia Grande (SC) neste sábado (21) durou quatro minutos dos 45 previstos no anúncio da Sobrevoar, empresa responsável pelo passeio. Logo que a estrutura subiu, as chamas começaram (veja o que se sabe sobre como aconteceu o acidente).

Entre os oito mortos, quatro se jogaram do balão em chamas a cerca de 45 metros de altura, e outros quatro morreram carbonizados. Cinco dos 13 sobreviventes se feriram, receberam atendimento no Hospital Nossa Senhora de Fátima e já tiveram alta.

O balão tinha capacidade para carregar até 27 pessoas ou 2.870 quilos. A empresa operava desde setembro de 2024 e tinha autorização da prefeitura para funcionar.

Em nota, a Sobrevoar disse que suspendeu as atividades e que o piloto tentou salvar todos a bordo. (leia a íntegra da nota no fim do texto)

As informações sobre a decolagem e a queda são da Polícia Civil com base nos depoimentos de seis sobreviventes, entre eles, o piloto do balão. As autoridades seguem apurando outros detalhes e aguardam o resultado da perícia.

Como aconteceu a queda

O balão subiu por volta das 7h com 21 pessoas a bordo e, logo no início do passeio, começou a pegar fogo;

O extintor que estava dentro do cesto do balão não funcionou, segundo informações que o piloto repassou à polícia;

O balão começou a descer e, quando estava perto do solo, 13 dos 15 sobreviventes pularam, entre eles estava o piloto;

Mais leve, a estrutura voltou a subir. Quatro dos mortos pularam a uma altura de cerca de 45 metros;

As chamas aumentaram e o cesto, com outras quatro vítimas, despencou. Elas morreram carbonizadas;

Os bombeiros foram chamados às 8h18.

Causa do incêndio

Segundo o piloto, as chamas começaram por causa de um maçarico que estava no cesto. O equipamento, de acordo com Tiago Luiz Lemos, agente responsável pela delegacia da cidade, é usado para iniciar a chama nos balões.

"Esse maçarico estava dentro do cesto. Ele [piloto] não soube precisar se ficou aceso, se ele acabou tendo uma chama espontânea, mas que foi desse equipamento que estava dentro do cesto que acabou pegando fogo e pegando fogo no cesto", disse o investigador.

A Polícia Científica e outros órgãos de segurança foram até o local para fazer a perícia. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanha.

Extintor não funcionou

O delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, falou sobre o acidente:

"Segundo o que foi identificado, o extintor não funcionou e não foi possível apagar [o fogo]. O balão, então, sobe um pouco e vai até o solo. Um conjunto de pessoas, que são 13, conseguem sair nesse primeiro momento. O balão acaba ficando leve em razão da saída dessas pessoas e sobe novamente", disse.

Neste domingo (22), Clóvis Rogério, advogado do piloto, afirmou que as causas do acidente só poderão ser confirmadas por meio de perícia e não confirmou as informações sobre o extintor e o maçarico.


Fonte - G1