Paraná: advogada é detida sob suspeita de repassar celulares a integrantes do PCC dentro da cadeia

Foto: MP-PR

Uma advogada de Sarandi, no norte do Paraná, foi presa nesta quinta-feira (13) suspeita de usar a profissão para entregar celulares a membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em unidades prisionais na região de Maringá.

O g1 apurou que a advogada é Jessica Aparecida Barroso dos Santos, que possui o registro ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) desde julho de 2022. A defesa dela informou em nota que vai provar a inocência da suspeita. Veja a nota na íntegra abaixo.

Jéssica foi presa durante a Operação Parlatório, realizada pelo núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Maringá. Ela é investigada por praticar crimes como integrar organização criminosa, ingresso ilegal de aparelhos telefônicos em estabelecimentos prisionais e lavagem de capitais.

Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e sete mandados de busca pessoal nas cidades de Maringá, Sarandi, Paiçandu, no norte do estado, e em Paranavaí no noroeste.

Conforme o Ministério Público (MP-PR), os alvos foram integrantes da facção e pessoas suspeitas de organizar o processo de entrega dos celulares. Durante o cumprimento das ordens judiciais, um homem foi preso por tráfico de drogas.

A operação teve apoio da Polícia Penal do Paraná e da direção da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM). Os agentes também foram acompanhados por representantes da OAB.

Jéssica ficará presa temporariamente por 30 dias, prazo que poderá ser prorrogado pelo mesmo período durante as investigações.

A OAB do Paraná foi procurada e informou que "assim que tomou conhecimento da prisão da advogada, determinou a suspensão preventiva da profissional".

Como o esquema funcionava

Segundo o promotor Marcelo Gobbato, a investigação começou em setembro de 2025, após o Gaeco de Maringá receber uma denúncia da direção da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM).

Durante a apuração, foi descoberto que Jéssica cobrava R$ 5 mil por entrega de celular. Conforme Gobbato, apesar da denúncia ser recente, há indícios de que a advogada realizava o serviço há muito tempo e de forma sistemática.

No decorrer da investigação, imagens de câmeras de segurança foram analisadas e revelaram que a entrega dos aparelhos era feita em um espaço chamado parlatório, destinado a conversas entre detentos e advogados.

"Com o avanço das apurações, foram obtidas evidências de que os eletrônicos clandestinos entregues se destinavam a instrumentalizar integrantes de uma organização criminosa nacionalmente conhecida, permitindo que seus membros, do interior da unidade prisional, mantivessem contato com o mundo externo, continuassem os vínculos com demais faccionados em liberdade e planejassem novos crimes", explicou o promotor.

O caso vai continuar sendo investigado pelo Ministério Público.

O que a defesa da advogada diz sobre o caso

"Informamos que todo o conteúdo até aqui noticiado sobre o caso, ainda está sob investigação do Gaeco, a saber, a instituição é competente o suficiente para garantir, ao final, o que de fato ocorreu.

Fonte: G1