Motorista de ambulância é investigado por divulgar imagens de médica morta em presídio

Foto: Rafael Carvalho/TV Sergipe

O motorista de uma ambulância do Samu foi responsável por vazar fotos da médica Daniele Barreto, de 46 anos, que foi encontrada morta dentro do Presídio Feminino no último dia nove. A informação foi divulgada, nesta terça-feira (16), pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP). Ela era acusada de envolvimento na morte do marido José Lael.

Segundo a SSP, após os registros, as imagens foram compartilhadas pelo autor com pessoas próximas a ele e, posteriormente, disseminadas em larga escala. As informações foram confirmadas em depoimentos prestados pelo investigado e por outros profissionais do Samu.

O autor das fotos deverá ser indiciado pelo crime de vilipêndio de cadáver, previsto no Código Penal. A SSP disse ainda que as investigações sobre o caso continuam.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que abriu um processo administrativo para apuração do caso e adoção das medidas cabíveis. E afirmou que repudia qualquer conduta incompatível com os princípios das normativas que são claras e coíbem esse tipo de ação. No entanto, não foi informado se o profissional foi afastado das funções.

O corpo de Daniele foi encontrado horas depois que ela retornou ao presídio, após passar por uma audiência de custódia. Na ocasião, foi definido que ela teria acompanhamento médico no presídio, após a defesa alegar que a médica possuía Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).

Antes da audiência, ela ficou internada oito dias em uma clínica psiquiátrica. O motivo não foi divulgado. A prisão domiciliar da médica foi revogada pelo STF no fim do mês de agosto, pois mesmo tendo direito à prisão domiciliar, por ter um filho menor de 12 anos, a guarda da criança está com os avós paternos.

Morte no presídio

Segundo a secretária de Justiça, Viviane Pessoa, quando Daniele ingressou no presídio, passou por uma equipe de enfermagem e depois foi levada a uma cela individual, como processo de adaptação. “Foi tudo muito rápido. No momento dela ser levada ao advogado a equipe a encontrou desfalecida”, explicou.

A secretária falou que nos quatro meses anteriores que a médica esteve como interna do presídio feminino, não apresentou indícios de surtos. Ela também explicou como funciona o atendimento médico prestado às internas:

"A gente fornece tudo o que é necessário ao interno. Então se chega uma receita médica indicando a medicação, essa medicação é fornecida. Se há a necessidade de um atendimento, esse atendimento é feito. Tanto é feito atendimento dentro do sistema prisional como fora”, disse Viviane.

Processo continua

Segundo o Tribunal de Justiça de Sergipe, a morte da ré implica na extinção do processo criminal contra ela. No entanto, em relação aos outros seis réus, o processo, que está em segredo de justiça, continua normalmente.

Os outros acusados de envolvimento no crime permanecem presos. Saiba quem são eles e as suspeitas sobre cada um.

O advogado criminalista de 42 anos, assassinado a tiros no dia 18 de outubro de 2024, na Zona Sul de Aracaju, quando dois homens desceram em uma motocicleta dispararam contra o carro em que estava junto com o filho. Ambos foram baleados e socorridos, mas o advogado não resistiu

Prisão

A médica foi presa no dia 12 de novembro do ano passado, com outras seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte do marido dela no dia 18 de outubro de 2024. Após passar um período em uma delegacia da capital sergipana, ela foi transferida para o Presídio Feminino em Nossa Senhora do Socorro no dia 10 de janeiro de 2025.

Em maio deste ano, Daniele teve a prisão convertida em domiciliar e deixou a residência no 1º de setembro após passar mal e ser levada para um clínica psiquiátrica. A internação aconteceu um dia após a prisão domiciliar dela ser revogada.

A primeira audiência sobre o caso havia sido realizada no dia 22 de agosto no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. No dia 6 de setembro, advogados que faziam parte da equipe de defesa da médica no processo se retiraram do caso, após alegarem inadimplência contratual.

Fonte: G1