O governo dos Estados Unidos anunciou a exclusão da maior parte das exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel da cobrança de tarifas extras. A medida foi oficializada por meio de uma nova Ordem Executiva, publicada no último dia 5 de setembro, e representa um alívio para setores importantes da balança comercial do Brasil com os EUA.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os dois produtos passam a não ser mais atingidos nem pela alíquota de 10%, estabelecida em abril, nem pela sobretaxa de 40%, aplicada no fim de julho.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,84 bilhão em celulose e ferro-níquel para o mercado norte-americano, aproximadamente 4,6% de tudo o que foi vendido aos EUA neste ano, segundo dados do MDIC. A celulose respondeu por grande parte desse volume, com destaque para as chamadas "pastas químicas de madeira", que somaram US$ 1,55 bilhão.
Com essa exclusão, esses itens se somam a outros produtos que já estavam fora do alcance de tarifas adicionais. Ainda segundo o governo brasileiro, 25,1% das exportações nacionais para os EUA atualmente estão isentas das sobretaxas de 10%, 40% ou das tarifas previstas na chamada Seção 232 da legislação americana.
O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, considerou a decisão americana um passo importante, especialmente para a indústria florestal, mas afirmou que as tratativas para a redução de barreiras tarifárias continuam:
"O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. A mais recente ordem executiva dos EUA representa um avanço sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para isso", disse.
Outros dez produtos brasileiros também foram beneficiados com a retirada da tarifa de 10%, mas continuam sujeitos à sobretaxa de 40%. Nesse grupo estão incluídos minerais brutos, níquel e alguns tipos de herbicidas. As exportações desses itens somaram US$ 113 milhões em 2024.
Por outro lado, a nova ordem também ampliou a cobertura tarifária para sete itens da indústria química e de plásticos, que passaram a ser taxados tanto em 10% quanto em 40%. Esses produtos representaram US$ 145 milhões em exportações neste ano, de acordo com os dados do governo.
Alguns produtos, como café e cacau, não tiveram alterações e seguem sendo taxados em 50% pelo governo norte-americano.
Segundo a análise do MDIC, a nova decisão dos EUA representa uma melhora pontual nas condições comerciais para o Brasil, mas ainda há um longo caminho para reduzir barreiras e ampliar o acesso competitivo aos mercados internacionais.
Fonte: Catve.com
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