Imagens de refém capturado em rave são divulgadas pelo Hamas

Foto: Reprodução

O grupo palestino Hamas divulgou na sexta-feira (1º/8) um novo vídeo do refém israelense Evyatar David, sequestrado durante os ataques de 7 de outubro de 2023. O jovem, de 22 anos, foi capturado durante o Festival de Música Nova em Re’im, no sul de Israel, e desde então permanece em cativeiro na Faixa de Gaza.

No vídeo, ele aparece riscando os dias em um calendário improvisado preso à parede de um túnel subterrâneo e cavando o que seria sua própria cova.

A família de David não autorizou a divulgação das imagens. Mesmo assim, o vídeo foi compartilhado em redes sociais, o que levou a irmã do refém, Yaelah, a se manifestar publicamente. Em uma postagem no Instagram, ela pediu que o vídeo não fosse replicado até que a família decidisse divulgá-lo oficialmente.

“Qualquer pessoa que tenha visto o vídeo agora sabe a gravidade e o estado físico em que Evyatar se encontra, o que foi como um milhão de socos no meu coração”, escreveu Yaelah. Ela também comparou o Hamas a grupos ainda mais violentos. “O Hamas não é o ISIS – é muito pior. Eles estão matando de fome os reféns e a própria população de Gaza, impedindo a chegada da ajuda humanitária.”

Essa é a segunda vez que imagens de David são divulgadas. Em fevereiro, ele apareceu em um vídeo ao lado de seu amigo Guy Gilboa Dalal, também sequestrado em 7 de outubro. Ambos foram forçados a assistir à libertação de outros reféns e imploraram pela própria libertação, dirigindo apelos ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Neste sábado (2/8), o chefe do Estado-Maior do Exército israelense, tenente-general Eyal Zamir, afirmou que os combates na Faixa de Gaza continuarão “sem trégua” enquanto os reféns em poder do Hamas não forem libertados.

“A guerra continua e vamos adaptá-la à realidade, de acordo com nossos interesses”, disse ele durante visita a tropas israelenses no território.

Segundo o Exército de Israel, dos 251 reféns levados por militantes palestinos em 7 de outubro, 49 continuam em cativeiro. Destes, 27 foram declarados mortos. O ataque do Hamas naquele dia deixou 1.219 mortos do lado israelense, a maioria civis.

Em resposta, a ofensiva militar de Israel já matou mais de 60 mil pessoas na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas, números considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Enquanto isso, manifestações continuam em Israel, exigindo um acordo para o retorno dos reféns e o fim da guerra. Neste sábado, o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, se reuniu com familiares de sequestrados na chamada Praça dos Reféns, em Tel Aviv. “Basta”, disse Michel Ilouz, pai do refém Guy Ilouz, durante o protesto. “Em breve, chegaremos a dois anos de sofrimento indescritível, 666 dias de trauma.”

Fonte: Metrópoles