Um dia após o telefonema entre Donald Trump e Vladimir Putin, a Rússia fez nesta sexta-feira (04) o maior bombardeio contra a Ucrânia desde o início da guerra, segundo afirmaram autoridades ucranianas.
Segundo o governo da Ucrânia, forças russas lançaram 539 ataques por drones e 11 bombardeios com mísseis contra Kiev.
O ataque, ainda de acordo com o governo ucraniano, deixou 23 feridos e atingiu diversos prédios em Kiev, que passou a madrugada sob o barulho de sirenes de ataque aéreo, drones kamikazes e detonações estrondosas.
Famílias tiveram de se amontoar em estações de metrô subterrâneas para se abrigar do ataque, que deixou uma densa camada de fumaça no céu da cidade. "Passamos todas as noites aqui, conhecemos os funcionários e as pessoas que vêm", disse Yulia Golovnina, de 47 anos.
Segundo a prefeitura local, seis dos dez distritos de Kiev foram atingidos.
Os presidentes americano e russo conversaram por telefone na quinta. Trump disse à imprensa que a ligação não alcançou "nenhum progresso" e que ficou decepcionado. O Kremlin afirmou que a conversa durou quase uma hora e que Putin insistiu que a Rússia "não abrirá mão de seus objetivos" na Ucrânia.
O tom adotado por Trump após a conversa com Putin foi bem diferente das últimas cinco ligações telefônicas anteriores entre os dois presidentes neste ano. Nessas outras ocasiões, o republicano mostrou otimismo e relatou avanços para chegar a um acordo.
Maior ataque
Rússia faz maior bombardeio à Ucrânia desde o início da guerra, um dia após Trump ligar para Putin.
O porta-voz militar da Força Aérea ucraniana afirmou que este bombardeio foi o maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra em 2022.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o alerta antiaéreo começou a ser acionado em todo o país após a ligação entre Putin e Trump ser anunciada.
"Mais uma vez, a Rússia demonstra que não tem intenção de terminar com a guerra e com o terror", declarou Zelensky.
Para o presidente ucraniano, esta é mais uma prova de que, "sem pressão em larga escala, a Rússia não mudará seu comportamento estúpido e destrutivo".
Zelensky informou que 23 pessoas ficaram feridas na série de bombardeios. A Força Aérea anunciou que a Rússia lançou 539 drones e 11 mísseis. Do total, 268 drones e dois mísseis foram abatidos.
'Absoluta falta de consideração'
A Rússia intensificou os ataques noturnos nas últimas semanas. Segundo uma contagem da AFP, Moscou lançou um número recorde de drones e mísseis contra a Ucrânia em junho, o que coincidiu com a estagnação nas negociações de paz diretas entre Kiev e Moscou.
"Putin está mostrando claramente sua absoluta falta de consideração pelos Estados Unidos e por qualquer um que peça o fim da guerra", declarou o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sibiga.
A intensificação dos ataques gera preocupação depois que o governo dos Estados Unidos anunciou nesta semana que suspenderá o envio de algumas armas para a Ucrânia, um apoio crucial para repelir os bombardeios.
A Ucrânia também intensificou os ataques com drones na Rússia, onde uma mulher morreu na queda de um dispositivo ucraniano em um prédio residencial, segundo o governador interino da região.
Fonte: G1
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