A escalada de tensão e ataques entre Israel e Irã já mudou a vida da maioria dos moradores da capital israelense Tel-Aviv, segundo o brasileiro Marcelo Podgaetz, que vive na cidade com a família há mais de duas décadas.
Desde esta sexta (13), quando ocorreram os primeiros ataques recíprocos de mísseis entre Teerã e o governo sionista, os moradores da capital israelense enfrentam uma série de restrições na cidade e uma corrida aos supermercados para a estocagem de comida.
Em conversa com o g1, Marcelo Podgaetz contou que nas últimas 24 horas já teve que se abrigar no bunker (abrigos subterrâneos contra bombas) do apartamento onde vive com a família por quatro vezes.
“Estamos usando ele [o bunker] há mais de 600 dias, pois tivemos ataques do Hamas, Hezbollah e os Houthi, do Yemen. Foram quatro vezes somente nas últimas 24 horas”, disse o diretor de vendas.
“Nos primeiros ataques, todo mundo já saiu correndo para o supermercado para estocar comida. No segundo dia, ontem, por exemplo, já não tinha mais nada. A gente acredita que no domingo volta o abastecimento normal, tudo se equaliza e volta ao normal. Mas a gente acha que é um conflito que vai durar algumas semanas”, afirmou.
Marcelo Podgaetz mora em Tel-Aviv desde 199 com a esposa e quatro filhos. Antes ele vivia em Higienópolis, no Centro de São Paulo. A residência onde ele mora atualmente em Tel-aviv é composta de um bunker confortável onde também o quarto de uma das filhas (veja vídeo acima).
Ele contou que desde o início dos ataques do Irã à Tel-Aviv, o governo local fez uma série de restrições de mobilidade para os habitantes da capital israelense.
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Ainda neste sábado (14) há restrição para aglomerações, mas a família está liberada para sair de casa para passear, por exemplo.
“Israel é um país muito dinâmico. Então, cada pergunta que você me fizer, a resposta vai ser diferente daqui a 1 hora, por exemplo. No exato momento, a gente tá na seguinte situação: o governo conversa com a gente o tempo todo através de meios de comunicação, uma tecnologia que nem existe no mundo inteiro. A gente recebe mensagens nos celulares, toda a população de forma automática, em três idiomas, dizendo exatamente o que a gente tem que fazer”, contou.
“Agora está sendo indicado que a gente pode sair de casa, mas tem que ficar perto de um bunker. Quem não tem bunker [particular] usa o bunker da prefeitura e assim vai. Essas orientações mudam de acordo com uma série de informações que a inteligência do exército passa. Mas já tem proibições da defesa civil para aglomerações, por exemplo”, declarou.
“O que é que eu espero dos próximos dias?! Bom, é melhor colocar semanas, porque isso vai durar algumas semanas. E uma escalada que, por enquanto a gente tá vivendo as primeiras 48 horas”, comentou.
Fonte - G1
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