A taxa de analfabetismo no Brasil caiu para o menor nível desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) com módulo de educação, iniciada em 2016. Em 2024, 5,3% da população com 15 anos ou mais não sabia ler nem escrever um bilhete simples — o equivalente a 9,1 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em oito anos, o país conseguiu reduzir o índice em 1,4 ponto percentual. Já em 2016, a taxa era de 6,7%. Apesar do avanço, o analfabetismo ainda afeta principalmente os idosos, a população negra e moradores das regiões Norte e Nordeste.O recorte etário revela uma disparidade marcante. Entre os brasileiros com 60 anos ou mais, 14,9% são analfabetos. A taxa é quase três vezes superior à observada na faixa de 15 anos ou mais. Já entre pessoas com 25 anos ou mais, o índice é de 6,3%; entre as de 40 anos ou mais, 9,1%.
“O perfil do analfabetismo no Brasil é envelhecido. Os dados evidenciam que as gerações mais novas têm tido mais acesso à alfabetização, mas o passivo histórico ainda é grande”, explica o IBGE.
Nordeste concentra mais da metade dos analfabetos
Um dos fatores marcantes que chama atenção, é a desigualdade regional. No último ano a Região Nordeste concentrava 55,6% do total de analfabetos do país — 5,1 milhões de pessoas. A taxa regional é de 11,1%, mais que o dobro da média nacional. Enquanto a Região Norte tinha o índice de 6,0%, ainda abaixo da meta de 6,5% estabelecida para 2015 pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Já as regiões Sul (2,7%), Sudeste (2,8%) e Centro-Oeste (3,3%) apresentam os menores índices do país e estão abaixo da meta.
Raça, gênero e desigualdade
A PNAD também evidenciou as disparidades por cor e sexo. Em 2024, 6,9% das pessoas pretas ou pardas com 15 anos, ou mais eram analfabetas — mais que o dobro da taxa registrada entre pessoas brancas (3,1%). A desigualdade é ainda mais acentuada entre os idosos: 21,8% dos pretos ou pardos com 60 anos, ou mais, são analfabetos, contra 8,1% dos brancos na mesma faixa etária.
Entre os sexos, as diferenças são menores. A taxa de analfabetismo entre as mulheres de 15 anos ou mais foi de 5,0%, enquanto entre os homens foi de 5,6%. No entanto, entre os idosos, a taxa feminina supera ligeiramente a masculina: 15% contra 14,7%.
Meta de erradicação do analfabetismo ainda distante
Apesar de ter superado a meta intermediária do PNE, que previa reduzir o analfabetismo a 6,5% até 2015, o Brasil ainda não cumpriu o objetivo final, que era erradicar o analfabetismo até 2024. Pois a redução da taxa nacional é um avanço, entretanto os números demonstram que o desafio permanece, principalmente no enfrentamento das desigualdades estruturais que afetam idosos, negros e principalmente moradores do Norte e Nordeste, como foi destacado no relatório do IBGE.
Entre os sexos, as diferenças são menores. A taxa de analfabetismo entre as mulheres de 15 anos ou mais foi de 5,0%, enquanto entre os homens foi de 5,6%. No entanto, entre os idosos, a taxa feminina supera ligeiramente a masculina: 15% contra 14,7%.
Fonte: Metrópoles
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