Mais de dez anos após esfaquear uma colega de escola para "agradar" o personagem fictício Slender Man, Morgan Geyser, hoje com 22 anos, teve um plano de libertação autorizado por um juiz dos Estados Unidos.
A decisão foi tomada na quinta-feira (17) no estado de Wisconsin (EUA). Geyser estava internada há sete anos em um hospital psiquiátrico e será liberada sob um plano de reabilitação supervisionada. Os detalhes sobre o local para onde ela será transferida e a data exata da liberação ainda não foram divulgados.
O caso chocou os EUA em 2014. Morgan, então com 12 anos, e sua amiga Anissa Weier atraíram a colega Payton Leutner para um parque durante uma festa do pijama. Lá, Morgan esfaqueou Payton 19 vezes, enquanto Anissa a encorajava. O objetivo, segundo elas, era agradar Slender Man, uma figura fictícia de terror criada na internet, e se tornarem suas “servas”.
A vítima sobreviveu por pouco. Após o ataque, as duas agressoras foram encontradas caminhando ao longo de uma rodovia, com a intenção de chegar à "mansão" do Slender Man, que elas acreditavam existir em uma floresta do norte de Wisconsin.
Liberação sob supervisão
Em 2017, Geyser se declarou culpada por tentativa de homicídio qualificado, mas foi considerada inimputável por doença mental, e foi internada em uma instituição por até 40 anos. Desde então, passou por diversas avaliações psiquiátricas.
Em janeiro deste ano, três especialistas afirmaram que a jovem demonstrava avanços significativos e poderia ser libertada sob condições específicas.
No entanto, o plano de soltura inicial foi rejeitado após a mãe da vítima expressar preocupação com a proximidade da residência supervisionada, que ficava a apenas 13 quilômetros de onde vive sua filha. A Justiça então solicitou um novo plano, que foi finalmente aprovado esta semana.
Romance sobre assassinato e tráfico de órgãos
A decisão de libertar Geyser foi criticada por alguns promotores, que apontaram comportamentos recentes da jovem. Eles revelaram que ela teria lido romances sobre assassinatos e tráfico de órgãos, além de ter se correspondido com um colecionador de itens ligados a crimes violentos, a quem enviou desenhos macabros e até uma declaração de desejo sexual.
A defesa, no entanto, alegou que todo o conteúdo lido por Geyser era previamente aprovado pelo hospital e que os funcionários estavam cientes da troca de cartas. O relacionamento foi encerrado pela própria jovem, após descobrir que o homem vendia os itens recebidos.
Slender Man: o ‘monstro da internet’
Criado em 2009 por Eric Knudson como parte de um concurso de imagens assustadoras, o Slender Man ganhou vida própria em fóruns online. Representado como um homem alto e magro, de terno preto e rosto branco sem traços, ele rapidamente virou um ícone do horror digital. O personagem apareceu em jogos, histórias fictícias e até no cinema, em um filme lançado em 2018.
Fonte: Extra
0 Comentários